Seminário PAA na UFSC
Convite
Seminário Agroecossistemas: Felipe Lampa
VI Seminário Estadual de Agroecologia !
Participação do LACAF no programa UFSC Entrevista
O UFSC Entrevista recebe o professor do Centro de Ciências Agrárias e Coordenador do Lacaf (Laboratório de Comercialização de Agricultura Familiar), Oscar José Rover, e Charles Lamp, coordenador do Cepagro (Centro de Estudos e Promoção de Agricultura Grupo).
Os professores falam sobre o BOX da Agricultura Familiar recém inaugurado no Ceasa em São José. Abaixo os links para a entrevista em três partes:
Grande Florianópolis ganha espaço que aproxima consumidores e agricultores agroecológicos
Aproximar produtores e consumidores, oferecer alimentos saudáveis a preços justos e gerar alternativas de diversificação produtiva para famílias fumicultoras: objetivos centrais do movimento agroecológico em Santa Catarina que ganharam agora um grande aliado, com a inauguração do Box de Produtos Orgânicos na Ceasa/SC. A solenidade aconteceu na última quarta (20/03) às 10h, e teve a participação de representantes de entidades da sociedade civil, da UFSC (Universidade federal de Santa Catarina), dos Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, da Câmara Municipal de Florianópolis e de agricultores(as) e membros(as) da Rede Ecovida dos três estados do Sul do Brasil. O Box 721 da Ceasa/SC será o único destinado exclusivamente à comercialização de produtos agroecológicos, que terão garantia de conformidade orgânica por certificação participativa ou por auditoria.
A abertura do espaço é resultado de dois anos de esforços conjuntos entre o Cepagro e o Laboratório de Comercialização da Agricultura Familiar (Lacaf) da UFSC, com apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que repassou verba necessária para viabilizar o funcionamento do local e pagar funcionários que prestarão apoio técnico à comercialização. O Box já estava aberto desde janeiro, mas trabalhando somente com feiras, restaurantes, pequenos e médios varejistas. A partir desta semana, atenderá também ao público em geral, às segundas, quartas e sextas-feiras, das 5h às 8h da manhã. Além das variedades orgânicas de cebola, batata, feijão, maçã, morango, laranja e mini-tomate que já eram ofertadas, entraram para a lista de produtos: banana, milho, caqui, abóbora, alho-poró, maracujá, batata-doce, além de sucos, doces, geleias e da polpa de açaí extraída dos frutos da palmeira juçara da Mata Atlântica.
Muitos destes itens são oriundos de propriedades onde antes se plantava tabaco, cultura ao qual se dedicam cerca de 55 mil famílias só em Santa Catarina. A inclusão de novos produtores que desejam sair da fumicultura é uma das principais metas do Box, segundo o coordenador geral do Cepagro Charles Lamb, pois aumenta as opções de escoamento da produção agroecológica. O representante da Delegacia Federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário em Santa Catarina, Elder Guedes, concorda: “A implementação do Box atende a diversas demandas do Programa Nacional de Diversificação em Áreas Cultivadas com Tabaco, como a articulação de mercados institucionais e convencionais e a realização de projetos de espaços coletivos de comercialização”. Ele ressalta que, para o fumicultor, a agroecologia sinaliza uma perspectiva de cultivo com valor agregado, por isso é um caminho viável para a substituição do tabaco. “Diminuir a participação de intermediários através da estruturação da comercialização em rede agrega mais valor ainda ao produto”, completa, lembrando que “a conquista deste espaço é um mérito da Rede Ecovida”.
Além dos agricultores, os consumidores saem ganhando, tendo acesso a produtos de qualidade orgânica com preços similares – e às vezes até mais baixos – do que os convencionais. O kilo da banana branca, por exemplo, está R$2 no Box, enquanto numa das maiores redes de supermercados de Santa Catarina custa R$2,99. A cebola, vendida a R$3 no Box, sai por R$3,29 no outro estabelecimento. Isso é possível, de acordo com Lamb, devido ao trabalho conjunto de cooperativas, associações e grupos de agricultores do estado na logística de transporte associado à agricultura de base ecológica.
Outro mercado servido pelo Box poderá ser o das compras governamentais, como para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e a merenda escolar. Atualmente, a Lei 11.947 determina que pelo menos 30% da alimentação escolar seja procedente da agricultura familiar, mas esta participação pode crescer muito mais, de acordo com o coordenador do Cepagro, o que garantiria um canal seguro de comercialização para os produtores de orgânicos.
Após o evento de inauguração do Box, membros do Circuito de Comercialização da Rede Ecovida reuniram-se ali para discutir os critérios de uso do espaço e estratégias coletivas de abastecimento, tanto daquele quanto de outros pontos de comercialização de produtos agroecológicos. Produtores, associados e cooperados de 12 municípios dos três estados do Sul do Brasil estavam presentes e apresentaram produtos que têm em oferta e demanda no momento.
Fonte:
http://cepagroagroecologia.wordpress.com
por Ana Carolina Dionisio e Fernando Angeoletto / Cepagro
Orgânicos alimentando atletas através do box Orgânicos da agricultura familiar agroecologica
Convite Inauguração BOX 721, o Box da Agricultura Familiar Ecológica
Ceasa de SC terá primeiro box para venda de produtos orgânicos da agricultura familiar
Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Fumicultores de Santa Catarina que querem abandonar a produção de tabaco e passar a cultivar orgânicos vão receber um incentivo nos próximos meses. Com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o Laboratório de Comercialização da Agricultura Familiar (Lacaf) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está abrindo o primeiro box no país para venda exclusiva de produtos orgânicos provenientes de agricultores familiares nas Centrais de Abastecimento do Estado de Santa Catarina (Ceasa) de São José. Com 75 metros quadrados, o espaço na Ceasa deve ser inaugurado em cerca de um mês.
De acordo com o MDA, estão sendo repassados ao Lacaf, responsável pelo projeto, R$ 100 mil que servirão, em parte, para pagar profissionais que prestarão apoio técnico à comercialização no local. Os recursos também vão financiar um estudo comparativo, que será desenvolvido pela UFSC, entre o custo de produção e a renda obtida em um hectare de frutas, hortaliças e leite em sistema orgânico e um hectare de fumo.
A medida faz parte dos esforços do governo federal e de entidades da sociedade civil para impulsionar a implantação de alternativas viáveis à produção de fumo, conforme previsto na Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco da Organização Mundial da Saúde, da qual o Brasil é signatário. Segundo especialistas, produtores que trabalham nesse tipo de lavoura estão sujeitos a diversos riscos, entre eles o de intoxicação por nicotina e agrotóxicos.
Para Charles Lamb, coordenador do Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (Cepagro), que atua há mais de 20 anos oferecendo assistência técnica e extensão rural a agricultores familiares, a medida ajuda a combater o principal gargalo para que produtores de fumo diversifiquem a atividade, que é a dificuldade de escoar a produção. O Cepagro é um dos parceiros do laboratório da UFSC na abertura do boxexclusivo para orgânicos.
“A abertura desse box vai de encontro ao interesse das famílias que querem abandonar o cultivo do tabaco e têm na questão da comercialização um dos principais fatores que dificultam sua inclusão na produção agroecológica”, disse Lamb.
Segundo ele, somente em Santa Catarina, segundo maior produtor de fumo do país, há mais de 45 mil famílias que cultivam tabaco em terras que poderiam estar produzindo alimentos.
A família de Carla Vill, 25 anos, era uma delas. Há dez anos, a propriedade no município de Nova Trento (SC) produzia exclusivamente o fumo. Com o apoio e a assistência técnica do Cepagro, conseguiu diversificar a produção, passou a plantar frutas e legumes e hoje está caminhando para um novo patamar: a produção orgânica.
“Estamos em transição, ainda não temos a produção totalmente adequada ao sistema orgânico. Mesmo assim, já notamos os maiores ganhos, que são relacionados à saúde”, disse ela, citando os frequentes episódios de tontura, principalmente durante a colheita, que acometem “100% dos trabalhadores do campo que lidam com esse produto”.
Dados do MDA indicam que a Região Sul é responsável por 95% da produção de fumo do país. Cerca de 200 mil agricultores familiares estão envolvidos na atividade. Aproximadamente 30% das famílias produtoras de tabaco estão em situação de pobreza, com vulnerabilidade econômica e social.
O fortalecimento da diversificação dos sistemas produtivos também está relacionado às ações que vêm sendo implementadas no país para reduzir o tabagismo. A Lei Antifumo, sancionada em 15 de dezembro de 2011 pela presidenta Dilma Rousseff, proíbe o fumo em locais coletivos, fechados privados ou públicos, e os fumódromos (áreas reservadas a fumantes). O texto, no entanto, ainda precisa de regulamentação, que definirá, por exemplo, penalidades em caso de desrespeito à lei. No fim do ano passado, entidades da sociedade civil cobraram do governo a regulamentação do texto legal.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, 30% das mortes causadas por câncer estão diretamente ligadas ao tabagismo, além de uma série de doenças como infarto e embolia pulmonar. Pelos cálculos da entidade, o número de fumantes no Brasil caiu de 32% para 16% nos últimos 15 anos. Mesmo assim, cerca de 20% de ex-fumantes ainda vão ter alguma doença relacionada ao tabaco.
Edição: Graça Adjuto
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